Escravo da solidão
Autor poeta
Raimundo Nonato da silva
Com algema da saudade
Prendendo-me pé e mão
Eu me senti um detento
Mesmo sem ta na prisão
Fui escravo da senzala
Da senhora solidão
A angustia-me trazia
A triste adversidade
Como um pássaro na gaiola
Como um preso a trás da grade
Eu também me senti preso
Procurando a liberdade
Porem de tudo e de todos
Por algum tempo eu fugia
Fazia do dia noite
Da noite fazia dia
Mas, mas Jesus me encontrou.
Quando eu me escondia
Quando por libertação
Meu coração procurava
Vinha o feitor da tristeza
E no tronco me torturava
Fiz das lagrimas um quilombo
Chorando desabafava
Quando eu me refugiava
Na mata do sofrimento
O capitão da tristeza
Chegou naquele momento
E me pegou de surpresa
Por eu estar desatento
Como um caçador que caça
A caça em todo lugar
Eu procurei por mim mesmo
E não pude me achar
E procurando por Deus
Nele eu pude me encontrar
Sei que sou um homem simples
Mesmo com minha humildade
Queria que Deus me desse
Uma oportunidade
Pra poder fazer meu sonho
Se tornar realidade
Orei a Deus e pedi
Uma carta de alforria
Disse senhor me der paz
Senhor me der alegria
Ele fez-me me reviver
Quando eu quase morria
Deu-me o que eu queria
Quando foi na hora certa
Mandou minha depleção
Para uma ária deserta
Hoje o meu corpo estar livre
E minha alma liberta
Vida que da vida a vida
Vida que vem do amor
Amor que nasce de dois
De baixo do cobertor
Em cima de uma cama
O casal geme sem dor
Essência que vem da flor
Perfume que vem da rosa
Acromatiza a natura
Deixa a montanha cheirosa
Perecendo uma mulher
Elegante e carinhosa
Verso que nasce da grosa
Do cantador de viola
Ensino que vem do mestre
Aula que vem da escola
Lição que o aluno aprende
E grava em sua cachola
ascravo da solidão
Raimundo Nonato da silva | 27/04/2011